Chuva Sobre Cinzas

E houve um dia em que tudo parou. Olharam a chuva como a redenção, como o renascer das suas vidas. Antes, tudo havia sido cinzas, morte... É tempo de viver. Sacode as cinzas, apaga o fogo que ainda arde nos teus olhos. Pega nas tuas armas e luta a meu lado. Sorri! Chove sobre as cinzas!... Sofia Neves, Mary Of Silence.

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Localização: Torres Novas, Portugal

Tudo o que não sou. Um pedaço de nada que procura (ser) algo. Uma flor branca enegrecida pelo tempo, um jardim de Inverno, uma rosa em Dezembro. Espelho quebrado, diz-me quem eu sou, que realidade é a minha. Pois não sei quem sou, nem onde estou. Apenas sei quem fui e o lugar soalheiro que deixei para trás...

terça-feira, novembro 15, 2005


Profecias inacabadas do nosso passado (parte II)

Tenho as palavras às avessas e o coração descompassado da música de viver: trouxeram-me para o meu próprio cortejo fúnebre. Sem avisos, nesta amarga tarde de Inverno. Pediram-me silêncio de lábios selados e que mostrasse o luto que sempre ostentei em vida. Calam-me com palavras: “eras cativa da vida”… As minhas mãos podiam ainda mostrar-vos como se quebram amarras e a voz, falar mais alto que o canto dos martelos nos pregos da urna onde me querem deitar. Tomei o peso do mundo inteiro, levei-o ao colo como um tesouro meu, agora atiram-me para o meu leito de morte… Esquecem o bem, a Glória, esquecem que a essência não precisa de ar nem de corpo para viver. Não parto, nunca hei… Fito a árvore e as romãs sobre a minha cabeça, lembro que a realeza é forte.
Não sou Deus, mas não me deixo julgar por réus como eu. Tanto mal que eu fiz… POR AMOR! A malícia de um olhar que ficou em mim… mas não é o meu. Foi uma maldade que ficou presa em mim… Eu sou apenas o espelho do mundo. Sou cruel? Também tu me empurraste quando me tentava erguer… Fria?... Recorda que nunca na vida me mostraste um sorriso.

Limpo o sangue dos lábios. Não bebo mais das vontades deste mundo que julgava ser belo. Afinal, mero chão para perdidos pisarem e chamarem casa. Queimo as cordas com raiva… Sou o Sol. De brilho enegrecido por vontades terrenas, vestido. Sou um anjo de penas roubadas por quem me ensinou a voar; filha desterrada de um mundo que nunca foi o meu…

O Céu chorou por mim, antes do esperado apocalipse. As lágrimas celestes escorriam-me pela face…. A luz apagou-se do firmamento. “O Céu vai cair por tudo o que os Homens fizeram”, sussurrei.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Dear Princess
"Pediram-me silêncio de lábios selados e que mostrasse o luto que sempre ostentei em vida."
Identifico-me...
Agora, apenas consigo sentir o meu lado sombrio.
A vida é cruel demais.
A Lus deixou um escuridão repleta de tristezas...

Bejux Ganex
Phantom

7:57 da tarde, novembro 15, 2005  

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