Chuva Sobre Cinzas

E houve um dia em que tudo parou. Olharam a chuva como a redenção, como o renascer das suas vidas. Antes, tudo havia sido cinzas, morte... É tempo de viver. Sacode as cinzas, apaga o fogo que ainda arde nos teus olhos. Pega nas tuas armas e luta a meu lado. Sorri! Chove sobre as cinzas!... Sofia Neves, Mary Of Silence.

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Localização: Torres Novas, Portugal

Tudo o que não sou. Um pedaço de nada que procura (ser) algo. Uma flor branca enegrecida pelo tempo, um jardim de Inverno, uma rosa em Dezembro. Espelho quebrado, diz-me quem eu sou, que realidade é a minha. Pois não sei quem sou, nem onde estou. Apenas sei quem fui e o lugar soalheiro que deixei para trás...

terça-feira, dezembro 20, 2005

Sótão

Continua aqui, no meu imaginário, um sótão no topo do mundo. Tem telhas de vidro, constante clarabóia… Aqui passa um rio alpinista que diz conhecer o Danúbio. Afogava-me em ti, se tivesses cisnes, aquelas criaturas de beleza triste que afagam as águas com movimentos vagarosos e solenes. A beleza neles e em mim, não faz sentido. É uma verdade que mente, mera ilusão. A beleza é a eterna musa cantada pela poesia porque adora ludibriar os sentidos. Adora fingir que existe e que o seu perfume é real… mas nem ela nos apaga os traços de dor e tristeza.

Um sótão no topo do mundo… Perto das estrelas que me iluminam. Uma vida pela tragédia da solidão e não a isolei. Ela continua a apoderar-se de tanta gente… Ouvi dizer que a maioria das pessoas nunca encontra o amor. Escondido nas teias da solidão, deixa-se somente ver e desejar. Maldito e fugidio sentimento… Por ti, não sou senão um cisne com maior força, de olhos no tecto de vidro. O telescópio aproxima-me a imagem, mas nunca o teu perfume…

Uma vida pela tragédia da solidão, exilada num sótão no topo do mundo.

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Drawing by Mary Of Silence.