É noite cerrada e o rouxinol, sozinho, chora. Quão injusta pode ser uma vida? Vem, eu mostro-te, pois também eu ando perdida. Desconheço deste labirinto a saída, mas sei que as nossas lágrimas não podem guiar os nossos passos até ao ambicionado lugar. Não busco o Paraíso, apenas algo que nos meus lábios desenhe um sorriso. Sei bem, rouxinol, custa tanto estar neste mar de mágoa à deriva, buscar no escuro a luz quando se é cego. Decidi: ao destino me entrego, vou onde ele me levar, pois acredito que não existe pior lugar. Vamos, apenas temos uma imperfeita vida a perder e ela, assim apenas nos faz doer. Não importa, não importa. Pois apenas temos uma existência que segue uma sina torta. Por vezes, o desespero é tanto que desejo morrer. Mas não eu quero viver! Apenas ambiciono deixar de, em vida, desfalecer.
Rouxinol, eras a beleza da eternidade, mas até ao que é belo morre a liberdade. Estamos perdidos, sim, mas o nosso livro não termina assim. Mais umas quantas páginas, mais umas tristes lágrimas e teremos, para o nosso sofrimento, o FIM.
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