Chuva Sobre Cinzas

E houve um dia em que tudo parou. Olharam a chuva como a redenção, como o renascer das suas vidas. Antes, tudo havia sido cinzas, morte... É tempo de viver. Sacode as cinzas, apaga o fogo que ainda arde nos teus olhos. Pega nas tuas armas e luta a meu lado. Sorri! Chove sobre as cinzas!... Sofia Neves, Mary Of Silence.

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Localização: Torres Novas, Portugal

Tudo o que não sou. Um pedaço de nada que procura (ser) algo. Uma flor branca enegrecida pelo tempo, um jardim de Inverno, uma rosa em Dezembro. Espelho quebrado, diz-me quem eu sou, que realidade é a minha. Pois não sei quem sou, nem onde estou. Apenas sei quem fui e o lugar soalheiro que deixei para trás...

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Musical

Acordei num musical, tinha maestros e orquestras, meninas a cantarem só para mim. Rodopiávamos nos braços um do outro, dávamos corpo à tragédia de um romance moderno, qual filme noir repleto de rouges... Voava sobre os meus pés, espargia neve de algodão onde pressentia tristeza. A criatividade de uns, os amargos sonhos de outros. Como será estar do outro lado, abraçar o homem em contraluz?... Agarrarei eu as luzes alguma vez?... Elas afagam-me somente, outra desilusão sobre um palco de madeira, plateias vazias, cortinas fechadas a pedirem o fim… Respirávamos ainda os sonhos malditos que nos faziam esquecer do findo momento em que declamávamos palavras bonitas. Não eram sentidas como farsa, eram promessas de carne, osso e alma. Apenas não o confidenciava, uma vida contada e dada a saber a cadeiras vazias. Não era uma excelente actriz: secreta amante. Em todo o tempo, fui acrescentando sorrisos e carícias ao guião, simbólico segurar de mão para te levar aos jardins das minhas plangentes ideias… Apaixonei-me pelo actor principal, aquele que, afinal, eu honrava. Aquele que, afinal, me beijava sem amor, sem o fulgor de um oculto romance… A distância e o tempo seriam dádivas perante esta dor…
Ainda a música… Os violinos dedilhados contavam o tempo do teu ser, constante parecer de uma eternidade inacabada. Mais um beijo de fachada, mais uma facada, a condenada imagem de um amor em câmara lenta...

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Drawing by the incredible artist Nuno Jorge (thank you so much!)

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Cmo e q existem pessoas capazes de amar de fachada?
Cmo e q conseguem ilustrar de uma maneira a tornar tudo mt credivel, e mt real?
Gostei mt do teu texto, como semp.
Gosto semp de ler tudo teu...
Tem uma carga mt especial, pra mim.
Adoro-te sister, es mt especial..
Beijo grande

11:57 da tarde, dezembro 27, 2005  
Blogger Eric Vaz said...

Como mercúrio que esbate tenuemente sobre a parede da orquestra, se alastra meramente com a dor do calor, com um vermelho forte e ébrio em síntese de borboleta, a orquestra prepara-se para a melodia. Titubeado em contrapontos sobre aquilo que é o inesperado da actriz, lá em palco do corredor vazio da conjuntura, anjos grávidos meticulosamente abraçam com doçura a inócua peça. Parabéns. Belo texto, bela imagem. E.

3:32 da tarde, dezembro 31, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Here are some links that I believe will be interested

6:01 da tarde, agosto 05, 2006  

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