Nascem Primaveras frondosas, flores presas nos meus lábios que anseiam pelo teu beijo para se libertarem nos idílicos campos da Paixão. Sempre as frases que começam por um suspirado “quem nos dera”. Falamos de um amor preso na saudade, de trilhos muito mais longos que a distância que nos afasta. Temos labirintos, choros sucintos de quem ama o que não pode tocar. Aqui, apenas nos pode dar quem nos falta: o tempo do odiado relógio, não o dos nossos valiosos corações. Curiosa batalha, travada dos dois lados da muralha. Triunfo do mal sobre o bem?... Quem me dera que pudéssemos ser os vilões, então. Mas o bem pode conhecer a glória… Uma questão de tempo, daquele que se conta no inimigo relógio. Será o vilão desta história a trazer-nos o triunfo, a dá-lo nas nossas mãos. Quem nos dera que esse dia fosse hoje, pensar e ter o que surge como fruto da nossa imaginação… uma imagem, um som, um simples desejo. Quem nos dera derreter o tempo nas nossas mãos e moldá-lo como barro na forma um do outro. Fechar os olhos, sorrir e, logo ali, ficarmos finalmente juntos com o mais apaixonado truque de magia.
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Painting by Salvador Dali ("A Persistência da Memória").


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