Chuva Sobre Cinzas

E houve um dia em que tudo parou. Olharam a chuva como a redenção, como o renascer das suas vidas. Antes, tudo havia sido cinzas, morte... É tempo de viver. Sacode as cinzas, apaga o fogo que ainda arde nos teus olhos. Pega nas tuas armas e luta a meu lado. Sorri! Chove sobre as cinzas!... Sofia Neves, Mary Of Silence.

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Localização: Torres Novas, Portugal

Tudo o que não sou. Um pedaço de nada que procura (ser) algo. Uma flor branca enegrecida pelo tempo, um jardim de Inverno, uma rosa em Dezembro. Espelho quebrado, diz-me quem eu sou, que realidade é a minha. Pois não sei quem sou, nem onde estou. Apenas sei quem fui e o lugar soalheiro que deixei para trás...

domingo, setembro 10, 2006

Alma de Lamento
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Sou, de quem escreve, a mais triste, a mais fatal, aquela que mata com palavras como quem julga os mortais. Divina estrada para a perdição da alma, as palavras que esboço quando nada mais me acalma. Parti sozinha, no meu barco cabe o mundo e ninguém. Outrora, cabia eu também, agora vou sozinha de todos e de mim. Apenas procuro um fim. Fui lendo e rasgando as páginas, sou a mais amargurada dos infelizes que escrevem, pois não consigo voltar a tocar com os meus olhos nenhuma das palavras que a infelicidade e a solidão ao meu espírito devem. Tenho a tortuosa sensação de que perdi, chamo-me infortúnio e condeno-me a ler um rio de lágrimas. Desaguo sempre em mim, tenho um rio de cera negra revolto num espírito que já não me parece pertencer aqui. Se, pelo menos, pudesse voltar ao que senti...

Quando chegar ao fim não vou voltar a ler. Estas palavras não morrem, matam! Vim tentar viver, mas em mim me afogo, enquanto a perdida ajuda a todos rogo. Mas fechei-me, sim, numa conchinha muito pequenina, pois tudo o que me toca me dói. Até o céu azul me magoa, pois ele não é meu em dia algum. É, antes, de tanta gente que até o renuncia, tão cegos nas suas contemplações menores. Se nada disto fosse verdade, nunca mais eu choraria, nunca mais eu me perderia nestas divagações em torno de lamentos. Mas, por enquanto, não vejo se não tormentos, um rio de cera gelada que me aponta infortúnios como que a rir, sem me deixar ir em frente para onde estaria mais feliz e amada por mim mesma.

Depois de uma noite de horrores, acordo no mesmo lugar. Não me há-de faltar se não um rio de dor a desaguar na minha triste alma, sempre escrita como quem apaga, sempre uma beleza desafortunada que ninguém afaga.
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Painting by Salvador Dali.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Cada palavra tua tem um singnificado tremendo..
D um amor q outrora num foi correpondido, d uma vida q num e vivida...
Mas n fim d contas tu vive-la d melhor maneira...=)

"Depois de uma noite de horrores, acordo no mesmo lugar. Não me há-de faltar se não um rio de dor a desaguar na minha triste alma, sempre escrita como quem apaga, sempre uma beleza desafortunada que ninguém afaga."

Nao te feches n tu aconchinha...
pork eu tou aqui pra te ajudar!
Adoro-t mto sister.
Cat

9:25 da tarde, setembro 13, 2006  

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