Chuva Sobre Cinzas

E houve um dia em que tudo parou. Olharam a chuva como a redenção, como o renascer das suas vidas. Antes, tudo havia sido cinzas, morte... É tempo de viver. Sacode as cinzas, apaga o fogo que ainda arde nos teus olhos. Pega nas tuas armas e luta a meu lado. Sorri! Chove sobre as cinzas!... Sofia Neves, Mary Of Silence.

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Localização: Torres Novas, Portugal

Tudo o que não sou. Um pedaço de nada que procura (ser) algo. Uma flor branca enegrecida pelo tempo, um jardim de Inverno, uma rosa em Dezembro. Espelho quebrado, diz-me quem eu sou, que realidade é a minha. Pois não sei quem sou, nem onde estou. Apenas sei quem fui e o lugar soalheiro que deixei para trás...

terça-feira, outubro 10, 2006

Maldição de Isolda
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Estranho como a tristeza me nasce nas entranhas num lamento sem fim. Sou se não um triste amor, cegos tormentos perante qualquer estrela que na minha noite perpétua apareça, que por mim zele até que eu adormeça. Voltei as costas ao mais puro sentimento, desaprendi o que me ensinaste sobre a luz miraculosa do amor. Para mim, só o renascer do ser me poderá devolver essa sabedoria. Encerrei-me sozinha deste lado da agonia, cobri-me com as floridas cortinas da desbotada alegria, preenchi o meu peito com as malogradas sombras do que sinto. No meu coração não moro eu nem ninguém, apenas mora a dor.

No meu mundo de negro amor, conta-se que todos os que escrevem sobre os males da paixão, morrem com as suas mãos no peito com um profundo e penoso desgosto no seu coração. Diz-se que os escritores se transfiguram, que se despem de si e vestem a alma de Tristão. Falam de um veneno contido na tinta com que escrevem, de magias sem dó que os enlouquecem.

Sempre escrevi a tinta invisível, tantas palavras que passavam a ti despercebidas... Os poemas e prosas eram tantas, que toda a tinta secou, mas em mim nasciam lágrimas que escreviam, que ternamente choravam o teu falecido amor. Durante a perpétua noite, as palavras cresciam na intensidade, tão doloridas que me faziam crer que escrevia com a secreta tinta que mata os infelizes escribas. Também eles, sem receio, ousam eternizar a lágrima que mancha a folha. Alquimias trocadas, talvez, dão aos que esboçam as letras, a morte que evocam. Os feitiços correm como feras na tinta envenenada, como um sangue que mata. Eu não escrevo: choro. Eternizo as lágrimas molhando com elas o papel, e sou a única que resiste à maldição de amar.

Pois que outro caminho me estendes para além do das lágrimas que a minha face fazem brilhar?... Sem memória, sem qualquer história, ponho as minhas mãos no peito e lembro que o meu nome tem mais doces letras que os de Isolda. A noite do meu ser permanece perpétua, choro e continuo sem te esquecer. A tragédia da solidão dá-me a sua pequena mão, enquanto os outros escritores tombam sobre as suas próprias amarguras e desilusão.

Com as mãos no peito, sou Isolda coberta em lágrimas, uma linda flor já sem cor. Amor, foste a mais triste maldição que manchou o meu coração!...
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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

.....sem palavras....
Adoro-t Princess Sister*
Cat

3:06 da manhã, outubro 14, 2006  

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