
Uma corda à volta do pescoço dessa menina, um pontapé na cadeira, com muito gosto. A Saudade, dou-lhe um colar e um pedestal inglórios. Tenho-a no coração sem a amar, é a cortina que esconde o homem em contraluz e que dele me afasta. Ela soluça como o relógio, conta o tempo solitário de quem ama. Ausente.
Quero a rapariga dependurada, com o seu longo cabelo encaracolado ao vento. Vejo-nos embrenhados naquela tristeza disfarçada de beleza. Corta o teu cabelo, rapariga, deixa nascer o Sol, permite que o calor desponte entre dois corpos. Preciso dele muito mais perto…
Passo o prumo entre a corda e o candeeiro, a morte tem de ser perfeita. Salva-te o canto de um rouxinol cristalino que lembra que a saudade e a memória é vida, que existes para preencher um vazio e dizer que tudo isso é amor. Quando desapareces, amor, fica a certeza de que o nosso sentimento é maior, de uma estrela passamos a ser uma constelação. Tens a tesoura nas tuas mãos, corta um pedaço de cabelo à Saudade e liberta o pássaro, deixa-o voar livre nos teus sonhos, na tua doce lembrança. Corta-lhe outro pedaço de cabelo, o mais enrolado, e dá-nos asas para voar. Somos um só pássaro agora, abraça-me para eu puder voar. Tens a minha asa perdida, a peça do puzzle desaparecida. Iremos longe, lá bem no alto, seremos nós a cantar para o teu amigo vestido de plumas, com um sentimento brando e asas feitas com o cabelo da Saudade.
1 Comments:
Ola mha princesa...
Entregas-t a tua asa perdida..=)
Adoro-t sister
Cat
Enviar um comentário
<< Home