Chuva Sobre Cinzas

E houve um dia em que tudo parou. Olharam a chuva como a redenção, como o renascer das suas vidas. Antes, tudo havia sido cinzas, morte... É tempo de viver. Sacode as cinzas, apaga o fogo que ainda arde nos teus olhos. Pega nas tuas armas e luta a meu lado. Sorri! Chove sobre as cinzas!... Sofia Neves, Mary Of Silence.

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Localização: Torres Novas, Portugal

Tudo o que não sou. Um pedaço de nada que procura (ser) algo. Uma flor branca enegrecida pelo tempo, um jardim de Inverno, uma rosa em Dezembro. Espelho quebrado, diz-me quem eu sou, que realidade é a minha. Pois não sei quem sou, nem onde estou. Apenas sei quem fui e o lugar soalheiro que deixei para trás...

segunda-feira, julho 31, 2006

Cabo das Tormentas
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Sorriso perpétuo em azul, jamais. Moro no rés-do-chão do Cabo das Tormentas, no fim do meu mundo. Moro com as ondas frias, com os monstros que saíram debaixo da cama para dormirem comigo sobre os meus lençóis. Sufocam-me com abraços apertados, beijos infundados, carícias que magoam. Não sei ser feroz, ainda que me peçam para ser amante em silêncio. Não consigo calar as palavras que tenho na boca... Dei uma chave enganada, um destino de amor trocado pela tentativa de viver sem a mágoa. O que poderei fazer agora... Apenas olhar o passado sem que ele me veja...

Nas memórias da infância, tenho dois meninos que brincavam com a dor: a Tristeza e o Amor. Lembro-me do tom e da canção que cantavam, ainda a tenho no coração. Nunca tive um céu azul, andei sempre com os meninos pela mão. Um acabava no outro, se um me inventava um romance o outro terminava-o com um final triste. Não sabiam brincar sem me fazerem cair e magoar. Tentei ensiná-los, mas eles nunca hão-de aprender. Achavam graça aos monstros e punham-nos em cima da minha cama para brincarem com eles. Quando se iam embora, esqueciam-se sempre de os pôr a dormir debaixo da cama. Então, ficavam ali comigo, num abraço sem sentido.

Chorava dia e noite, com medo e olhava nos olhos a minha infância perdida, sem azul naquele céu. Não existem pintores, não os tenho. Tenho só dois meninos dos quais cuido da melhor forma que posso, e vou até ao fundo do cabo para afogar as suas tormentas. Dêem-me um sorriso perpétuo em azul, pois os meus céus choram a negro a tristeza com que brinco.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Os montros não te largam...o q e q eles kerem d ti??
Mete-os a dormir pra q eles te deixem viver..
Adoro-t sister...
Cat

9:01 da tarde, julho 31, 2006  

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