Chuva Sobre Cinzas

E houve um dia em que tudo parou. Olharam a chuva como a redenção, como o renascer das suas vidas. Antes, tudo havia sido cinzas, morte... É tempo de viver. Sacode as cinzas, apaga o fogo que ainda arde nos teus olhos. Pega nas tuas armas e luta a meu lado. Sorri! Chove sobre as cinzas!... Sofia Neves, Mary Of Silence.

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Localização: Torres Novas, Portugal

Tudo o que não sou. Um pedaço de nada que procura (ser) algo. Uma flor branca enegrecida pelo tempo, um jardim de Inverno, uma rosa em Dezembro. Espelho quebrado, diz-me quem eu sou, que realidade é a minha. Pois não sei quem sou, nem onde estou. Apenas sei quem fui e o lugar soalheiro que deixei para trás...

quinta-feira, julho 27, 2006

Postal do Purgatório
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Ouvia o homem do barco chamar pelo meu nome, tempo de partir e de pensar em não voltar. Quis deixar-te um pequeno poema, mas não havia tinta para escrever naquele mar de ondas negras, naqueles furiosos sentimentos de gente perdida. O amor, demasiado alto para lhe chegar; o sonho, demasiado triste para o ser. Todas as coisas bonitas metem-me medo, escondem-se no meu caminho e surgem subitamente com um susto na sua algibeira. Coisas feias, sois tão belas com essa sinceridade fatal. Embarquei rumo às coisas que tristemente parecem e são.

Não dou nada por mim: nem uma moeda pela metade, nem uma guitarra que tome ópio para conseguir cantar. O músico sabe do que estou a falar. A madeira flutua e não afunda os tristes, o sonho voa acima das cabeças e cai arrastando os que antes eram felizes. Não sei, fui. Dei e perdi. Coisas tristemente feias, ensinem-me a morrer como uma flor. Sou já sem cor, mas prendem-me ainda à vida demasiadas veias. Demasiados ramos, demasiado amor... Renunciei a beleza que ilude para abraçar sentimentos que não conhecem e que jamais conhecerão o sonho.

Não sabes das minhas contas com o Diabo, das dívidas que eu tenho para com a criatura que me acolhe, por eu te querer tanto bem. Estou aqui para aprender a ver mal em amar, para descobrir que em cada céu azul se esconde um réu castigado por severas tempestades.